Wood Frame e o Carbono: Como o Sistema Construtivo Contribui para Cidades Sustentáveis
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- 23 de set.
- 3 min de leitura

A construção civil é um dos setores mais intensivos em emissões do planeta. Segundo o Global Status Report for Buildings and Construction 2024/2025, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Global Alliance for Buildings and Construction (GlobalABC), em 2023 o setor foi responsável por 32% da demanda global de energia e 34% das emissões globais de CO₂. Foram 9,8 gigatoneladas de CO₂ em emissões operacionais e 2,9 gigatoneladas incorporadas em materiais de construção como aço e cimento. Embora o relatório aponte a primeira queda nas emissões do setor em 2023, o ritmo é considerado insuficiente: desde 2015, as emissões subiram 5%, quando deveriam cair 28% até 2030 para alinhamento ao Acordo de Paris.
O papel da madeira no ciclo de carbono
Nesse cenário, o Wood Frame surge como uma solução concreta para reduzir as emissões incorporadas e acelerar a descarbonização. A madeira utilizada no sistema provém de florestas plantadas de rápido crescimento, como o pinus. Durante o seu desenvolvimento, essas árvores capturam CO₂ da atmosfera e armazenam o carbono em sua biomassa. Transformada em montantes, travessas e painéis estruturais, a madeira mantém esse carbono estocado durante toda a vida útil da edificação, que pode superar 50 anos, de acordo com a NBR 15575 e a NBR 16936.
Comparativo com sistemas convencionais
Ao contrário da alvenaria e do concreto armado, que apresentam elevadas emissões de CO₂ em sua cadeia produtiva, o Wood Frame oferece uma alternativa de baixo carbono, com benefícios adicionais:
- Redução de até 80% no peso das estruturas, com menor demanda de fundações.
- Construção a seco, praticamente eliminando o uso de água em obra.
- Redução significativa na geração de resíduos sólidos.
- Substituição direta de materiais de alto impacto, como cimento e aço.
Estudos nacionais também mostram que o Wood Frame entrega melhor desempenho ambiental, térmico e acústico em comparação com a alvenaria convencional. Segundo dados da Tecverde, o sistema industrializado em Wood Frame pode reduzir em até 88% as emissões de CO₂ em relação à construção tradicional, reforçando seus ganhos econômicos e ambientais
Industrialização e eficiência construtiva
O Wood Frame é um sistema industrializado: painéis produzidos em fábrica sob rigoroso controle de qualidade chegam prontos ao canteiro para montagem. Esse modelo garante:
- Redução de 50% a 60% no prazo de obra.
- Maior precisão construtiva e tolerâncias milimétricas.
- Condições de trabalho mais seguras e previsíveis para os profissionais.
O relatório do PNUMA destaca que quase metade dos edifícios que existirão até 2050 ainda não foram construídos. Isso significa que há uma oportunidade inédita de estruturar a expansão urbana global com base em soluções de baixo carbono. Para o Brasil, onde o déficit habitacional ainda é elevado, sistemas como o Wood Frame podem acelerar entregas, reduzir custos e consolidar cidades mais resilientes.
O Wood Frame não deve ser visto apenas como um método construtivo mais rápido ou sustentável. Ele é, sobretudo, uma estratégia de engenharia para transformar a construção civil em aliada no combate às mudanças climáticas. Ao acelerar obras, reduzir desperdícios e armazenar carbono em larga escala, o Wood Frame representa um caminho sólido para o desenvolvimento de cidades sustentáveis no Brasil.
“Não há caminho credível para a descarbonização do setor da construção sem a adoção de materiais renováveis e sistemas industrializados de baixo carbono. O Wood Frame representa uma oportunidade concreta para reimaginar nossas cidades, reduzindo emissões e entregando habitação digna e sustentável para milhões de brasileiros.” -Euclésio Manoel Finatti, Presidente da ABWF
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